Escrito por: Jaqueline Teles
Fonte: www.cooperfloresta.com
O Imaflora - Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola, renovou os selos de certificação da Comunidade Equador e do Seringal Cachoeira, em Xapuri.
O Seringal Cachoeira, em Xapuri, foi a primeira comunidade do Brasil a receber o selo verde para um projeto madeireiro comunitário, ainda em 2002. Desde então, 83 propriedades no país conseguiram o feito, e o Acre conseguiu certificar mais quatro novas associações, em Xapuri, Capixaba e Epitaciolândia.
A renovação das certificações trouxe novidades para os extrativistas. Agora as cinco comunidades que já haviam sido certificadas anteriomente poderão usar o selo FSC 100% comunitário.
A vantagem é destacar os produtos nas prateleiras como provenientes de uma floresta manejada e produzidos em pequenas comunidades, além de angariar mais valor de mercado. A certificação FSC, a de maior credibilidade internacional, garante que a madeira foi retirada de forma ambientalmente sustentável, socialmente justa e economicamente viável.
Plano de Manejo: garantia da qualidade de vida
São os planos de manejo comunitários que têm aumentado à renda de milhares de famílias que vivem dentro das florestas. Segundo o extrativista Nilson Mendes, com o manejo florestal muitos moradores deixaram de desmatar e começaram a cuidar mais da floresta.
“O manejo não só melhorou nossa vida financeira como trouxe mais consciência ambiental. Percebemos que é melhor cuidarmos da floresta do que desmatá-la. Morador que antes desmatava para fazer pasto ou plantar roça não faz mais isso, porque pra ele é mais lucrativo receber pelo manejo, colher castanha e extrair látex”, explica.
Segundo Evandro Aquino, superintendente da Cooperativa de Produtores Florestais Comunitários (Cooperfloresta), que também é certificada pelo FSC, em 2012 a Cooperativa extraiu oito mil metros cúbicos de madeira certificada, gerando uma receita bruta de cerca de R$ 1,5 milhão com repasse médio líquido de R$ 6.700 para cada uma das 83 famílias.
Em 2013 a cooperativa extraiu quatro mil metros cúbicos, gerando uma receita bruta de cerca de R$ 660 mil, com repasse médio líquido de R$ 11.600 para 16 famílias da comunidade do Equador.
“A produção e o faturamento não foram maiores este ano, por conta do não licenciamento dos Planos Operacionais Anuais (POA) em tempo hábil”, explicou Evandro.
Para 2014, as projeções das comunidades é contar com o apoio do governo do Estado para licenciar 60 mil metros cúbicos de madeira comunitária até abril. Além de contar com a possibilidade da inserção de mais 300 famílias da Reserva Extrativista Chico Mendes no manejo comunitário, apoiadas pelo Plano de Desenvolvimento Sustentável do Acre (PDSA) fase II.
Segundo Marky Brito, diretor de Desenvolvimento Florestal da Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comercio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), o governo lançará em breve um edital de subvenção econômica para fomentar o manejo florestal comunitário.
“Serão R$ 5 milhões para apoiar a elaboração de planos de manejo, POAs e aquisição de equipamentos, aumentando as áreas de manejo florestal comunitário em mais de 30 mil hectares, beneficiando em média 700 famílias. Acreditamos que com isso atenderá não só a demanda dos moradores do Alto Acre, mas de todo o estado”, esclareceu.