O evento tem como objetivo cobrir, mas não está limitado aos seguintes tópicos:
- Requisitos do Regulamento de Desmatamento da UE (EUDR)
- Benefícios de trabalhar com espécies de madeiras menos conhecidas
- Tendências e oportunidades no comércio de madeira tropical
- O papel das florestas comunitárias na cadeia de valor da madeira tropical
O Regulamento de Desmatamento da UE, ou EUDR, que entrou em vigor em 29 de junho de 2023, impõe um conjunto de requisitos para as empresas que pretendam comercializar produtos de base florestal no mercado da UE. Além disso, vários outros regulamentos estão sendo atualmente desenvolvidos como parte do Acordo Verde Europeu. Estes incluem o Relatório de Sustentabilidade Corporativa (CSDR), a Due Diligence de Sustentabilidade Corporativa (CSDD) e a Diretiva de Declarações Verdes da UE.
Estes regulamentos, juntamente com a conscientização dos consumidores, os objetivos de desenvolvimento sustentável das empresas e as ações da sociedade civil, vêm promovendo mudanças nos requisitos de mercado para produtos de base florestal em direção à elaboração de requisitos mais rigorosos, que comprovem a legalidade, sustentabilidade e ausência de desmatamento no mercado da UE.
Principais reflexões do evento
Durante o evento, o FSC reuniu 130 profissionais envolvidos no comércio de madeira tropical entre o Brasil e a UE. O grupo incluiu manejadores florestais, serrarias, comerciantes, importadores, fabricantes, consumidores finais, consultores e organizações da indústria.
Principais destaques do evento
- O Serviço Florestal Brasileiro apresentou as perspectivas para o manejo de florestas nativas no Brasil, onde promoverá o planejamento eficaz do uso da terra e investimento nas comunidades locais para deter o desmatamento.
- O Brasil conta com 1,3 milhão de hectares de concessões florestais federais, predominantemente certificadas pelo FSC, onde podemos esperar um crescimento para 5 milhões de hectares de florestas manejadas de forma sustentável nos próximos 3 anos.
- O FSC planeja expandir seu alcance, certificando 30 milhões de hectares de florestas tropicais naturais. Esta será a prioridade para os próximos anos e resultará em atividades nos países produtores, bem como nos países manufatureiros e consumidores.
- A empresa Vandecasteele Houtimport compartilhou suas percepções e a perspectiva de um importador sobre o EUDR e o que será esperado de seus fornecedores nos próximos anos. O objetivo da Vandecasteele é comercializar exclusivamente madeira certificada até 2025.
- O FSC International apresentou as perspectivas de soluções do FSC focadas no EUDR. O FSC está totalmente comprometido em alinhar seus padrões aos requisitos do EUDR e em breve apresentará o kit de ferramentas do EUDR para ajudar os detentores de certificados a cumprir a legislação.
- O IDESAM enfatizou a importância do mercado madeireiro para as comunidades, uma vez que as comunidades locais dependem desta renda para sua subsistência, ao mesmo tempo que contribuem para a proteção da Floresta Amazônica.
- A Confloresta defendeu a importância das espécies de madeira menos conhecidas, que permitem que os manejadores florestais minimizem seu impacto na floresta através da extração de um conjunto mais diversificado de espécies, melhorando ao mesmo tempo o modelo de negócios para o manejo florestal sustentável.
- A empresa Aimex compartilhou atualizações e perspectivas sobre os fluxos de comércio de madeira tropical. A empresa ressaltou a importância da produção sustentável através das concessões florestais brasileiras e do fortalecimento dos órgãos reguladores para atender às demandas de sustentabilidade.
Em resumo, foi um evento que rendeu muitos frutos, onde ouvimos as muitas perspectivas de diferentes partes interessadas da cadeia de suprimento de madeira na Amazônia. O setor madeireiro brasileiro vem evoluindo de maneira significativa em direção a uma maior proteção das florestas, e a demanda por madeira sustentável continua sendo um fator importante neste contexto.
Contatos
Em caso de dúvidas, por favor entre em contato com Fernanda Vaz Pereira (FSC Brasil) através do e-mail: fernanda.vaz@fsc.org.br ou Tijmen Hennekes (FSC Holanda) através do e-mail: t.hennekes@nl.fsc.org.
Programação
08h00 – 09h00: Café de boas-vindas e credenciamento
Parte 1: Palestrantes principais – Perspectivas e oportunidades para o manejo florestal sustentável no Brasil
09h00 – 09h10: Discurso de boas-vindas
Daniela Vilela, Diretora Executiva, FSC Brasil
09h10 – 09h25: A produção sustentável de madeira por meio das concessões florestais
Renato Rosenberg, Diretor de Concessões Florestais e Monitoramento – Serviço Florestal Brasileiro
09h25 – 09h40: Perspectivas para promoção de negócios com madeira de florestas nativas
André Aquino, Diretor de Fomento Florestal - Serviço Florestal Brasileiro
09h40 – 10h00: Relevância da promoção dos produtos brasileiros com base na produção sustentável
Zimmer de Souza Bom Gomes, analista de acesso a mercado na Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
10h00 – 10h30: Coffee Break e Momento Network
Parte 2: Painel - FSC e EUDR
Moderado por Tijmen Hennekes, Gerente de Projetos para Madeira Tropical do FSC Holanda
10h30 – 10h35: Introdução ao Painel
10h35 – 10h55: FSC e suas ambições para florestas naturais tropicais
Bruno Rath, Diretor do FSC América Latina
10h55 – 11h15: Como o FSC pode ser uma solução para cumprir o EUDR?
Cesar Gonçalves - Gerente de Políticas do FSC Internacional
11h15 – 11h35: Requisitos do Regulamento de Desmatamento da UE (EUDR) – Perspectiva do Importador Europeu
Carla Vanessa Moraes, Engenheira Florestal na Vandercasteele Houtimport
11h35 – 12h: Perguntas e discussão
12h00 – 14h30: Almoço e Momento Network
Parte 3: Painel - Atualização e Perspectivas do Mercado de Madeira Tropical
Moderado por Paulo Roberto de Faria, Analista técnico, FSC Brasil
14h30 – 14h35: Introdução ao Painel
14h35 - 14h55: Fluxos comerciais de madeira tropical - atualizações e perspectivas
Deryck Martins, Diretor Técnico, AIMEX - Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará
14h55 – 15h15: O papel das espécies madeireiras menos conhecidas
Daniel Bentes, Diretor Executivo, CONFLORESTA - Associação Brasileira das Empresas Concessionárias Florestais
15h15 – 15h35: Importância do Mercado Madeireiro para o Manejo Florestal Comunitário
Anderson de Araújo Reis, Assessor Técnico na Certificação Florestal FSC, Idesam- Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia.
15h35 – 15h50: Perguntas e Discussão
15h50 – 16h00: Resumo e palavras finais
Daniela Vilela, Diretora Executiva, FSC Brasil
16h00 – 18h00: Coquetel e Momento Network
Fim do Evento!
Palestrantes
Daniela Vilela, Diretora Executiva do FSC Brasil
Graduada em Engenharia Florestal pela Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), especialização em Gestão da Qualidade pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e especialização em Meio Ambiente e Sustentabilidade pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atua há 13 anos com certificação FSC, nos mais diferentes focos, em empresa do setor de celulose, auditora para Cadeia de Custódia e representação de empresas do setor de plantações na governança FSC em grupos de trabalho técnicos. No FSC Brasil, atua promovendo a certificação e o manejo florestal responsável, ações de advocacy, gestão e implementação de projetos, e com as normas e padrões da organização.
Renato Rosenberg, Diretor de Concessões Florestais e Monitoramento do Serviço Florestal Brasileiro
Renato Rosenberg é engenheiro ambiental formado pela Poli/USP e possui um mestrado acadêmico em economia pela UnB. Ele acumula vasta experiência em planejamento, modelagem e implementação de concessões e parcerias público-privadas de infraestrutura, tendo trabalhado no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e no Ministério do Planejamento. Ao longo de sua carreira, atuou como coordenador do Programa Nacional do Meio Ambiente, uma parceria entre o Banco Mundial e o Governo Federal, no Ministério do Meio Ambiente. Anteriormente, desempenhou o cargo de diretor de diagnósticos na Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo
André Aquino, Diretor de Fomento Florestal do Serviço Florestal Brasileiro
André Aquino é Diretor de Fomento Florestal no Serviço Florestal Brasileiro do Ministério do Ambiente e Clima do Brasil. Anteriormente, André trabalhou durante 18 anos no Banco Mundial. Sua última posição foi como líder do programa em desenvolvimento sustentável para a Indonésia e Timor Leste, cobrindo agricultura, ambiente, gestão hídrica, gestão urbana e inclusão social. André coordenou o maior programa ambiental do Banco Mundial, incluindo gestão de florestas, oceanos e mudanças climáticas, na Indonésia. André gerenciou várias operações de investimento de grande escala na Ásia, África e América do Sul, liderou a assistência técnica a governos em níveis nacional e subnacional e estudos que serviram de insumos a políticas públicas. André possui um Mestrado em Economia Ambiental pela University of Maryland (EUA), um Diploma do Programa Executivo em Florestal pela University of Yale (EUA), uma pós-graduação em Direito Ambiental pela Universidade do Pará (Brasil) e é bacharel pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Brasil).
Zimmer de Souza Bom Gomes, Analista de Acesso a Mercado da APEX
Especialista e Mestre em Relações Internacionais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Desde 2019, é analista da ApexBrasil. Atualmente, trabalha na Coordenação de Acesso a Mercado da Gerência de Inteligência de Mercado da ApexBrasil, onde se ocupa de temas relacionados às compras públicas de governos estrangeiros e de temas regulatórios, principalmente voltados ao mercado dos EUA e do Canadá e a normas de sustentabilidade.
Tijmen Hennekes, Gerente de Projetos para Madeira Tropical do FSC Holanda
Tijmen tem formação em Manejo Florestal, com especialização em Comércio Internacional de Madeira. Ele trabalha para o FSC Holanda, onde seu foco principal é melhorar o caso de negócios para o manejo florestal responsável. Trabalha em conjunto com diferentes atores de toda a cadeia de valor da madeira tropical para aumentar a procura de madeira tropical certificada nos mercados europeus, com especial atenção para a diversidade da madeira e a utilização de espécies de madeira menos conhecidas.
Bruno Rath, Diretor do FSC América Latina
Empreendedor e especialista em desenvolvimento social. Atualmente, ele cumpre a missão do FSC como Diretor Regional na América Latina. Antes, Bruno se concentrou em questões de desenvolvimento social, trabalhando como Diretor do Peru Opportunity Fund, Country Manager no Peru da Fundação Clinton, entre outros.
César Gonçalves, Gerente de Políticas do FSC Internacional
César Gonçalves é Gerente de Políticas do FSC Internacional há um ano, trabalhou na equipe de Cadeia de Custódia e Madeira Controlada. Ele possui mestrado em engenharia florestal, com especialização em tecnologia da madeira. Originário de Portugal, iniciou sua carreira em inventário florestal e avaliação de biomassa no Brasil; trabalhou como engenheiro florestal no setor madeireiro em Portugal, desenvolvendo projetos de investimento florestal e gerindo certificações de cadeia de custódia. Posteriormente, trabalhou num organismo de certificação como gestor técnico e promotor de negócios, para produtos e serviços de base florestal em Portugal e Espanha. Durante esse período, ele foi auditor líder do FSC. Nos últimos anos, ele tem sido palestrante convidado abordando temas emergentes sobre manejo florestal, produtos de base florestal e certificação de cadeia de custódia.
Carla Vanessa Moraes, Especialista em rastreabilidade de madeira, Vandercasteele Houtimport
Carla é especialista em rastreabilidade de madeira na Vandercasteele Houtimport, um importante importador belga com sede em Kortrijk, Bélgica. Especializada em controle da cadeia de custódia, auditoria de conformidade e iniciativas ambientais, sociais e de governança (ESG). Carla contribui para o compromisso da Vandercasteele de obter a maior variedade de madeira certificada exclusivamente de florestas geridas de forma sustentável. Possui mestrado em Gestão de Ecossistemas Florestais e MBA em liderança e gestão de pessoas.
Paulo Roberto de Faria, Analista Técnico do FSC Brasil
Formado pela Universidade Federal do Amazonas em Engenharia Florestal com mais de 20 anos de formado, boa parte atuando na área de manejo florestal empresarial na Amazônia. Trabalhei no ProManejo UFAM/Gethal Amazonas como engenheiro de campo, atuei como Gerente do Departamento Florestal na empresa Gethal Amazonas (AM), Coordenador de Operações Florestais na AMATA S.A (RO). Tem experiência em concessões florestais, Chefe do Departamento Madeireiro na Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas – ADS, Analista Sociomabiental na UHE Belo Monte no Pará.
Deryck Pantoja Martins, Diretor Técnico da Aimex
Engenheiro florestal formado pela Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, Mestre pela Universidade Federal do Pará - UFPA, ex-secretário de meio ambiente do município de Belém, Presidente do Conselho de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa).
Daniel Bentes, Diretor Executivo da Confloresta
Graduado em Engenharia Ambiental pela UEPA (2009). Mestre em Ecologia Aplicada pela USP (2012). Especialista em Gestão Empresarial pelo SENAC (2017). Trabalhou como Engenheiro Pleno no Projeto Ferro Carajás S11D pela VALE S/A (2011-2014) e como professor da UEPA (2014). Entre 2015 e 2018, trabalhou com Planejamento Estratégico, Gestão de Projetos e Políticas Públicas no Governo do Estado do Pará, tendo conduzido o escritório de gestão de projetos do Programa Pará 2030.
Atua como Consultor Ambiental, tendo trabalhos realizados para o empresas do setor privado, Governo Estadual e Banco Mundial, participando de licenciamento e gestão ambiental de empreendimentos industriais (transformação e extrativo), de infraestrutura e turismo.
Tem conhecimentos e experiências na área de Monitoramento do Meio Físico, Licenciamento e Gestão Ambiental, Gestão Empresarial, Gestão de Projetos, Relações Institucionais e Gestão Pública.
Anderson de Araújo Reis, Assistente Técnico para Certificação Florestal FSC do Idesam
Mestre em Ciências de Florestas Tropicais, com formação em Engenharia Florestal, atua na Iniciativa Estratégia de Produção Sustentável no Idesam como extensionista e responsável técnico dos projetos de desenvolvimento das cadeias produtivas da madeira, incluindo os Planos de Manejo Florestal Comunitário e a produção de pequenos objetos de madeira, bem como manejo não madeireiro
Este evento é endossado pela Embaixada da Holanda em Brasília, Brasil.