Os membros globais do Forest Stewardship Council (FSC) definiram um novo caminho à frente na proteção de Paisagens Florestais Intactas (PFI) e Paisagens Culturais Indígenas (PCI) em áreas certificadas pelo FSC e paisagens florestais adjacentes.
Paisagens Florestais Intactas (PFI) são grandes áreas florestais não fragmentadas, não perturbadas por estradas ou outras infraestruturas industriais, nas quais não houve extração industrial de madeira nos últimos 30-70 anos. Elas são reconhecidos por seu valor nos Princípios Fundamentais do FSC.
A nova abordagem combina requisitos para proteção de PFI dentro das áreas certificadas com foco no status de PFI na paisagem circundante. Também exige o reconhecimento dos territórios de Povos Indígenas como as chamadas Paisagens Culturais Indígenas (PCI). A abordagem é baseada na colaboração com as principais partes interessadas, incluindo detentores de concessões e partes interessadas sociais e ambientais - para desenvolver um modelo de manejo e proteção equitativo, culturalmente apropriado, inclusivo e economicamente viável.
“Conectar o manejo de PFI dentro de unidades de manejo florestal certificadas pelo FSC com as ambições de conservação mais amplas das PFI na paisagem circundante nos dará a base para trabalhar com detentores de certificados, governos e partes interessadas para promover mais colaboração e engajamento na proteção florestal, fator que será relevante para os esforços globais referentes ao clima e à biodiversidade”, disse Kim Carstensen, diretor geral do FSC International.
“Este é um grande momento para todos nós que trabalhamos em uma solução que possa finalmente resolver a questão das PFI e fortalecer sua proteção. Todos nós queremos proteger as florestas e precisamos nos adaptar aos desafios atuais do manejo florestal. Com esta moção, temos um conjunto de ferramentas baseadas no engajamento das partes interessadas, paisagem e abordagens abaixo do dossel que permitirão melhorar as regras das PFI” disse Caroline Duhesme, Diretora de Inovação e Estratégia da ATIBT, membro do FSC, Câmara Econômica/Norte. “Agradecemos a todos os membros na AG por seu forte apoio a uma questão que não necessariamente diz respeito a todos os membros, mas representa um risco real para alguns países, que podem deixar o sistema FSC”, acrescentou.
“A WWF está muito satisfeita que a moção 23 tenha sido aprovada com tanto apoio. Vimos que a implementação da moção atual sobre PFI varia muito de um contexto para outro, criando a necessidade de abordagens regionais para resolver esses problemas, de forma que o FSC possa avançar, conservando PFI dentro de um contexto regionalmente apropriado e de uma forma que funcione para a população local”, disse Fran Price, Líder Global de Práticas Florestais do WWF, membro fundador do FSC – Câmara Ambiental/Norte.
A nova abordagem funcionará melhor se for complementada com incentivos e benefícios voltados principalmente para apoiar os Povos Indígenas e Comunidades Locais (PICL), protegendo suas florestas e apoiando seus direitos e meios de subsistência.
“Já perdemos 80% das PFI no mundo e o FSC pode desempenhar um grande papel na proteção das restantes”, disse Grant Rosoman, consultor sênior de soluções florestais do Greenpeace International, Câmara Ambiental/Norte. “Tínhamos proposto outra moção para garantir benefícios e incentivos às comunidades locais e Povos Indígenas para possibilitar a proteção dessas áreas. Infelizmente, a moção não obteve o apoio da câmara econômica, mas esperamos que o FSC trabalhe para ajudar a mobilizar apoio financeiro para essas áreas. Sem apoio, eles não estarão mais lá no longo prazo, com consequências desastrosas para as mudanças climáticas e a biodiversidade. Todos nós perderemos com isso”.
Para saber mais sobre as diferentes posições e visões de nossos membros sobre esta moção, assista este vídeo.
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