Pela primeira vez, o FSC Brasil participará da Naturaltech, uma das maiores feiras de produtos orgânicos e naturais da América Latina, que acontece na capital paulista, de 14 a 17 de junho.

Estarão expostos no estande do FSC Brasil dois produtos com histórias muito inspiradoras: O açaí da Amazonbai - Cooperativa dos Produtores Agroextrativistas do Bailique e Beira Amazonas, no Amapá; e os óleos de breu e copaíba, produzidos pelos extrativistas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Uatumã, no Amazonas.

A produção de madeira talvez seja a face mais conhecida, mas é apenas uma parte de tudo o que a floresta pode nos oferecer. E os produtos não madeireiros, como o açaí e os óleos, mas também castanhas, plantas medicinais, raízes, bulbos, cascas, fibra e resinas, por exemplo, ainda têm um potencial enorme de mercado e uma função social importante.

Por meio do manejo florestal responsável e certificado de produtos não madeireiros, é possível explorar e conservar ao mesmo tempo. E os mercados compradores podem – e devem - ser vetores dessa transformação socioambiental que inclui a valorização da cultura de povos e comunidades tradicionais; a diminuição do êxodo rural ao oferecer uma fonte alternativa de renda e ainda a entrada no mercado de produtos com propriedades únicas e rastreabilidade.

Há quase 30 anos, o FSC promove o manejo florestal responsável como uma poderosa ferramenta econômica que, ao respeitar o ciclo natural das florestas, garante sua manutenção ao mesmo tempo em que gera oportunidades de emprego e renda. E os exemplos da Amazonbai e de Uatumã mostram como isso funciona na prática.

Em 2017, os pequenos produtores do Bailique iniciaram um processo que hoje significa ter o manejo florestal certificado, o único produto açaí certificado do mundo e a verificação de impactos positivos nos serviços ecossistêmicos de carbono e biodiversidade. E entre os benefícios dessas conquistas, podemos citar um aumento da produtividade, a redução de acidentes de trabalho e uma maior consciência ambiental, que se reflete em conservação de mata ciliar, por exemplo, e coleta de lixo. Além disso, em 2022, eles conseguiram dois patrocínios internacionais que ajudarão a manter o manejo responsável de parte das áreas produtivas pelos próximos dez anos.

O ano passado, como resultado de um trabalho que vem sendo realizado pelo Idesam desde 2018, a AACRDSU - Associação Agroextrativista das Comunidades da RDS do Uatumã, conquistou a certificação FSC de Manejo Florestal e de Cadeia de Custódia. Até o momento, eles são a única experiência no estado do Amazonas a contemplar as categorias de manejo madeireiro e não madeireiro. A certificação deles inclui uma área de produção de 44 mil hectares e os produtos fazem parte da marca coletiva Inatú Amazônia, que hoje conta com uma linha com seis óleos (fixos e essenciais), provenientes de produtos da biodiversidade amazônica, além de objetos de madeira. A principal expectativa é de que os produtos possam acessar novos mercados com um retorno mais interessante do ponto de vista comercial.

Ainda que o lucro seja fundamental, o principal termômetro do sucesso quando o assunto é manejo florestal comunitário e os chamados produtos da sociobiodiversidade é o tamanho da contribuição para o desenvolvimento territorial, melhora da qualidade de vida das pessoas e valorização da floresta em pé. Mais do que “escala”, é a possibilidade de continuar na própria terra, vivendo na e da floresta.

Na Natural Tech, o objetivo do FSC Brasil é mostrar que o manejo florestal responsável e certificado FSC é mais do que possível. A ideia é conquistar consumidores – pessoas físicas e jurídicas – que hoje acreditam que suas escolhas diárias de consumo fazem sim a diferença e que um negócio tem um propósito maior do que apenas gerar lucro.

Conheça o estande do FSC Brasil na Naturaltech, na Rua 9 M/N.