Jacareí (SP) - Com o objetivo de fortalecer o compromisso com as melhores práticas socioambientais e os requisitos das certificações florestais, a Fibria realizou um diagnóstico para identificar Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVC) em meio aos mais de 158 mil hectares onde a Empresa atua no Estado.

As Áreas de Alto Valor de Conservação são áreas, florestais ou não, que possuem valores sociais e ambientais significativos, como proteção de bacias hidrográficas, presença de espécies ameaçadas de extinção, áreas de uso costumeiro pelas comunidades locais, entre outros. Nas áreas identificadas, são adotadas medidas para proteção, bem como, ações para melhorar os atributos identificados e adequação do manejo das florestas de eucalipto próximo a esses locais.

A Fibria possui certificação nas normas ISO 9001 (Sistema de Gestão da Qualidade) e ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental). Os plantios florestais nas áreas próprias, arrendadas e de parcerias são certificados pelo Sistema Brasileiro de Certificação Florestal (CERFLOR – NBR 14.789) e também por uma das principais certificações florestais, o FSC® Forest Stewardship Council® (Conselho de Manejo Florestal), cada sistema possuindo seus próprios princípios e critérios, mas que avaliam as questões sociais, econômicas e ambientais.

Diagnóstico

O Brasil ainda não possui uma interpretação nacional para definição dos atributos de Alto Valor de Conservação (AVCs). Por isso a análise baseou-se principalmente nos documentos da Rainforest Alliance e Proforest, Guia para Florestas de Alto Valor para Conservação e um material mais recente elaborado pela Proforest, Guia de Boas Práticas para Avaliações de Altos Valores de Conservação.

Os critérios foram definidos por uma equipe de especialistas a fim de se avaliar a presença dos seis atributos: diversidade de espécies, ecossistemas e mosaicos em nível de paisagem, ecossistemas e habitats raros ou ameaçados, serviços ambientais críticos, necessidade das comunidades e valores culturais. Dessa forma, foram identificadas 15 Áreas com atributos de Alto Valor de Conservação em meio à área de atuação da Fibria: fazenda São Sebastião do Ribeirão Grande (Pindamonhangaba); complexo Suinã Tijuco (Regional Boa Esperança); área do Projeto Planalto (Capão Bonito); área do projeto Santa Terezinha VI (Jacareí); área do projeto Água Fria (Guapiara); área do Projeto Santana (Capão Bonito); área do Projeto Lavrinha (Capão Bonito); área do projeto Santa Maria II (Votorantim); área da fazenda Barreiro Grande (Pederneiras); área da fazenda Barra Limpa (Santa Branca); área da fazenda Damião (Monteiro Lobato); área da fazenda Sertãozinho II (São Luiz do Paraitinga); área da fazenda São José III (São Luiz do Paraitinga); área da fazenda Santa Edwiges (Guaratinguetá); área da fazenda Campo Alegre (Tremembé).

O diagnóstico está, atualmente, em consulta pública, na qual órgãos públicos, comunidade acadêmica e sociedade civil podem opinar e dar sugestões. O Resumo Executivo para a Consulta Pública encontra-se disponível no site da Fibria.

Pindamonhangaba

A área da fazenda São Sebastião do Ribeirão Grande possui concentração significativa de espécies ameaçadas, raras e endêmicas (encontradas apenas em um determinado bioma ou habitat), em zona prioritária para conservação e uma parte de sua extensão está em zona de amortecimento de uma Unidade de Conservação.

É uma área muito rica em biodiversidade e, de acordo com os últimos monitoramentos, possui 472 espécies de fauna e flora, sendo 17 delas ameaçadas; 73 endêmicas; 24 raras e 38 espécies migratórias, tendo sido a área de maior destaque na identificação do atributo AVC1, que são as áreas nas quais se encontra uma concentração significativa de valores de biodiversidade global, regional ou nacional.

Uma dessas espécies consideradas criticamente em perigo de extinção é o Muriqui-do-Sul, maior primata das Américas e encontrado na região Sudeste do Estado de São Paulo, no município de Pindamonhangaba (SP). Por meio do projeto de Conservação do Muriqui-do-Sul, a Fibria monitora 40 animais que hoje vivem na Fazenda São Sebastião do Rio Grande. O projeto, que conta com um sistema de trilhas de 30 quilômetros de extensão, além de promover a preservação e conservação da espécie prevê a participação e treinamento de estudantes de graduação e pós-graduação, contribuindo para a produção científica em torno do tema.
Complexo Suinã Tijuco

Consiste em um grande bloco de duas áreas operacionalmente distintas, mas que fazem parte da fazenda Santa Inês em Capão Bonito (SP). Esse complexo é ligado por suas APP´s (áreas de proteção permanente) e detém remanescentes áreas em considerável estado de conservação.

Além disso, também são as localidades que representam os melhores conhecimentos científicos do ponto de vista de biodiversidade da empresa, devido ao período e esforço amostral com os trabalhos de fauna e flora. Juntas, possuem 854 registros de espécies de fauna e flora, sendo que 69 dessas são comuns nas duas áreas, 12 espécies ameaçadas; 68 endêmicas; 25 raras e 77 espécies migratórias.

Serviços essenciais às comunidades

Foram reconhecidas, entre as áreas de alto valor de conservação, três áreas da Unidade Jacareí (SP) fundamentais para atender às necessidades básicas de comunidades locais, identificadas em cooperação com a população.

A primeira, a área do projeto Planalto, em Capão Bonito, única fonte de captação de água da comunidade vizinha; a área do projeto Santa Terezinha VI em Jacareí e a área do projeto Água Fria, em Guapiara – importantes fontes de captação de água, que são utilizadas pela vizinhança.

Valores Culturais – Capelas

As áreas de alto valor de conservação relacionadas aos valores culturais são aquelas ricas em recursos, habitats e paisagens de especial significado cultural, arqueológico ou histórico em nível global ou nacional, e/ou de importância cultural, ecológica, econômica ou religiosa crítica para a cultura tradicional.

Para identificá-las nas regiões de manejo florestal da Fibria foram considerados os locais que abrigam sítios sagrados ou religiosos; as áreas com resquícios e/ou monumentos históricos ligados à identidade de um grupo étnico e/ou essenciais para as culturas tradicionais de comunidades locais.

Assim, foram identificados dez locais de interesse histórico ou cultural relacionados à memória e ao culto religioso das comunidades, sendo quatro na região de Capão Bonito e seis na região do Vale do Paraíba.

Fonte do texto neste link.