Ontem, no Estádio Mangueirão, em Belém, no Pará, o Brasiliense sagrou-se campeão da Copa Verde pela primeira vez em sua história. A disputa, que havia terminado com a vitória do Remo por 2 a 1 no tempo normal, foi decidida nos pênaltis, com vitória do clube do Distrito Federal por 5 a 4. Para comemorar a conquista, o Brasiliense recebeu três troféus: o tradicional, um vivo e um terceiro de madeira nativa certificada FSC®. E quem também recebeu um troféu de madeira foi o volante e capitão do Remo, Lucas Siqueira, eleito o melhor jogador da partida final.
A Copa Verde tem esse nome, justamente, por ser uma competição que reúne equipes do Norte e Centro-Oeste, mais o Espírito Santo, regiões que concentram a maior biodiversidade do país por causa da Floresta Amazônica. Aproveitar esse ensejo para discutir temas relacionados a conservação do meio ambiente é uma oportunidade e tanto. Por isso, desde 2017, com apoio do Ministério do Meio Ambiente, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o FSC Brasil uniram esforços para implementar ações sustentáveis relativas à Copa Verde e promover o manejo responsável das florestas brasileiras.
Os maiores símbolos dessa parceria são, justamente, os troféus de madeira nativa e certificada FSC que foram levantados ontem no começo da noite. Produzidos por comunitários da Coomflona - Cooperativa Mista da Flona Tapajós, no Pará, eles são a prova de que é sim possível produzir madeira respeitando o ciclo natural da floresta, melhorando os níveis de desenvolvimento econômico e social da região e assegurando serviços ecossistêmicos como água, armazenamento de carbono e biodiversidade.
A Coomflona tem o selo FSC 100% comunitário para manejo florestal desde 2013 e valida a importância dos pequenos produtores na conservação das florestas. Hoje, são parceiros do Projeto Design e Madeira Sustentável, desenvolvido pela BVRio, que leva designers renomados até a comunidade, viabiliza workshops e cria uma ponte com grandes centros consumidores. “Produzir esse prêmio é para nós a chance de divulgar a nossa proposta do manejo florestal comunitário”, diz Arimar Feitosa Rodrigues, coordenador da movelaria da cooperativa.
Além dos troféus, o FSC reforçou a mensagem de que manejo florestal não é desmatamento em faixas, mídia estática no campo e uma moldura de instagram personalizada.
O significado dos troféus
O troféu de campeão, feito de roxinho, muiracatiara, itaúba e ipê roxo, foi idealizado pelo designer Paulo Alves, que criou quatro braços diferentes se unindo para formar um único tronco, que brota no centro do mapa da bacia amazônica. O outro, de melhor jogador, desenhado pela Roberta Rampazzo e confeccionado em muiracatiara e itaúba, simboliza não apenas a bola de futebol, mas um “empilhamento” de virtudes, vitórias e sonhos.
As gravações dos logos foram feitas na fábrica da Tramontina em Belém, onde são produzidos móveis de madeira para áreas internas e externas e utilidades domésticas. A Tramontina possui certificação FSC de cadeia de custódia, o que possibilita a rastreabilidade de produtos de origem florestal e garante ao consumidor o uso de matéria-prima de florestas manejadas segundo rigorosas normas e critérios que levam em consideração não apenas aspectos ambientais e econômicos, mas também sociais.