Uma das madeiras mais belas e famosas da Amazônia, o mogno, vai voltar ao mercado. Por sua beleza e resistência, o mogno atraiu a atenção dos consumidores e se tornou alvo de desmatamento na década de 80. Sua exploração foi tão intensa que a extração e comercialização de mogno se tornaram proibidas desde outubro de 2001.
Atualmente, a extração de mogno só é autorizada pelo governo brasileiro em áreas de manejo florestal sustentável, submetido a critérios rigorosos estabelecidos pela Cites - Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção, das Nações Unidas.
A volta da comercialização do mogno, desta vez com certificação FSC, é uma conquista para a Amazônia e para todos nós. Em outros tempos, símbolo de desmatamento e concentração de renda, hoje, fica evidente que é possível fazer manejo responsável de florestas nativas, com os benefícios ambientais e sociais garantidos.
No manejo florestal responsável, a porção da floresta onde as árvores são extraídas é dividida em vários pedaços, chamados de módulos ou talhões. Análises são feitas para que apenas as árvores com valor comercial, que estejam com idade e tamanho suficientes, sejam extraídas. Desta forma, a floresta consegue se recuperar.
A certificação FSC é uma das principais ferramentas de combate ao desmatamento. Contribui para o uso responsável dos recursos naturais, geração de serviços ambientais como a regulação hídrica, a conservação do solo e a biodiversidade, protege a vida silvestre, estimula o bem estar e a manutenção e melhoria dos direitos dos trabalhadores, comunidades locais e povos indígenas, além de agregar valor aos produtos.
A Agrocortex
Atualmente, a Agrocortex é a única organização com autorização para manejar mogno no Brasil. Localizada entre os estados do Acre e Amazonas, a Agrocortex obteve a certificação FSC® de manejo florestal e de cadeia de custódia em julho e dezembro de 2015, respectivamente, por meio do Imaflora, uma das certificadoras acreditadas pelo FSC.
A área possui mais de 190 mil hectares, sendo que 186 mil hectares integram a área de manejo. São, no total, 30 unidades de produção anuais de mais de 5 mil hectares cada, operando 3% da floresta a cada ano. O processamento das toras é feito em um complexo madeireiro no oeste do Amazonas de 52 hectares que contêm 10 serrarias e 20 estufas.
Além do mogno, várias espécies estão no escopo da certificação da organização, como Cedro rosa (Cedrela odorata L.), Cerejeira (Amburana acreana Ducke A.C. Sm), Jatobá (Hymeneae courbaril L), Massaranduba (manilkara spp.), Freijó (Cordia goeldiana Huber), Cumarú (Dipteryx odorata (Aubl) Willd).
Assista ao vídeo institucional da Agrocortex.
Confira a matéria do Blog do Planeta.