A última AG aconteceu entre os dias 9 e 14 de outubro, em Bali, na Indonésia, e entre as principais decisões tomadas, duas são importantes para o Brasil, com impactos positivos significativos.

Primeiro, depois de onze anos de negociações, foi aprovada a certificação de áreas convertidas entre 1994 e o fim de 2020, desde que satisfeitos critérios severos de compensação por danos ambientais e sociais.  A decisão abre caminho para a expansão do selo verde para novos territórios e fornece um incentivo para a restauração florestal em alinhamento com A Década da ONU da Restauração de Ecossistemas. A nova regra também traz uma ferramenta de peso para comunidades em busca de restituição por danos sociais atrelados ao desmatamento.

Segundo Rafael Benke, CEO da Proactiva Results, empresa de consultoria na área de ESG e direitos humanos, que participou a AG, serão centenas de milhões de hectares que poderão integrar o sistema FSC. Para ele, “será um estímulo comercial para a integração dessas áreas que, por consequência, vão gerar um impacto socioambiental positivo com as compensações’’.

Outra novidade é a abordagem de paisagem no manejo das chamadas “florestas intactas”, viabilizando a extração responsável de produtos florestais e a manutenção dos altos valores de conservação de florestas primárias. Lineu Siqueira Junior, um dos fundadores do FSC e membro do Comitê de Políticas e Padrões, acredita que “quando se agrega valor à floresta - e, ao mesmo tempo, se tem controle de seu modo de exploração, é possível mantê-la para sempre”. Sob a antiga regra, algumas empresas e comunidades que operam há anos de forma sustentável poderiam perder seus certificados. De imediato, aqui no Brasil, a medida evitará a perda do selo FSC em produtos originários de 2,7 milhões de hectares na Amazônia.